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Internações de idosos caem 18% após início da vacinação contra Covid-19 em Minas
Sob risco de colapso na saúde, Minas Gerais pode celebrar ao menos uma boa notícia relacionada à pandemia. Passados dois meses desde o início da vacinação contra a Covid-19 no Estado, dados preliminares indicam que as internações pela doença diminuíram entre os idosos das faixas etárias já alcançadas pela campanha, segundo levantamento de O TEMPO.
A média diária de pacientes hospitalizados com 75 anos ou mais caiu 18% entre o começo e o fim de fevereiro, ou 8% na comparação entre a segunda e a última semana do mesmo mês. O número total de internações por semana epidemiológica também apresentou redução, de 11% e 1,3%, respectivamente. Os índices podem parecer discretos à primeira vista, mas vão na contramão do aumento na ocupação das enfermarias e UTIs em todo o Estado, com seguidas altas nos atendimentos entre as demais faixas etárias.
Uma das imunizadas foi Fabíola Oliveira, 92, moradora de Morro do Pilar, na região Central de Minas. “Eu estava ansiosa, rezava todas as noites para descobrirem logo a vacina, e fui tomar assim que ela chegou, no primeiro dia”, lembra vovó Loca, como é mais conhecida. A alegria foi tão grande que ela e as netas fizeram questão de registrar o momento nas redes sociais (veja abaixo). Mãe de 14 filhos, a salgadeira diz sofrer muito com a distância física da família e prega a manutenção dos cuidados até que todos estejam protegidos. “A vacina é uma esperança que chega para nós, porque esse isolamento não está fácil”, afirma.
Os idosos acima dos 90 anos eram um dos primeiros grupos prioritários, mas aproximadamente 18% deles ainda não receberam a primeira dose em Minas. Com as novas remessas dos imunizantes, a vacinação foi alcançando outras faixas etárias, de forma heterogênea, até chegar a pessoas com entre 75 e 79 anos em parte dos municípios. O cronograma varia de acordo com o público-alvo em cada cidade, limitando as análises.
Os dados, portanto, são preliminares e não possuem valor científico, mas sugerem os primeiros efeitos positivos das vacinas no controle da pandemia. “Há muitos outros fatores a serem considerados, mas acredito, sim, que iremos perceber mais nitidamente esses resultados a partir de abril, com um tempo maior para a aplicação da segunda dose. A expectativa é termos notícias realmente muito boas”, avalia o infectologista Unaí Tupinambás, professor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e integrante do Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus da Prefeitura de Belo Horizonte.
Fonte: O Tempo.