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#SAÚDE De cada dez pacientes atendidos pelo Pronto Socorro do HFG dois foram vítimas de acidentes de trânsito
O Brasil é o terceiro país com mais mortes no trânsito em todo o mundo, atrás apenas da Índia e da China, segundo dados do relatório Global Status Report on Road Safety, da Organização Mundial de Saúde (OMS).
No ano de 2020, 32.716 pessoas morreram em acidentes de trânsito no Brasil, o que significa que, em média, três pessoas morrem no trânsito a cada hora.
Na região e mais especificamente em Frutal, os dados também não são lá muito animadores. De acordo com a Polícia Militar nos primeiros cinco meses de 2023 foram registrados 490 acidentes de trânsito que deixaram pelo menos três pessoas mortas e 183 feridas nos nove municípios que estão sob a responsabilidade do 69º Batalhão de Polícia Militar.
Grande parte desses acidentes aconteceram em Frutal, só na nossa cidade de janeiro a maio ocorreram pelo menos 253 acidentes de trânsito. Além disso, boa parte desses 183 feridos foram levados ou transferidos para o Hospital Frei Gabriel.
Ainda de acordo com a direção do hospital em um plantão normal, de cada dez pacientes que chegam ao Pronto Socorro da unidade hospitalar pelo menos dois foram vítimas de acidente de trânsito.
Esses pacientes são vítimas de uma série de lesões como contusões, entorses, luxações e fraturas. “Primeiro é importante explicar que uma contusão é uma lesão superficial causada por um trauma, já a fratura é quando ocorre a ruptura ou trincado de um osso.
Segundo o ortopedista e traumatologista, Fausto Fernandes de Almeida Sousa, as fraturas mais comuns nas vítimas de acidentes de trânsito são no punho e no joelho, e a depender da gravidade, podem ser tratadas com ou sem cirurgia. “Agora, em termos de recuperação uma fratura de punho necessita de seis semanas de imobilização e cerca de dois meses de reabilitação. Já uma fratura no joelho leva em média seis meses de recuperação”.

Dr. Fausto relata que os fraturas causadas em acidentes automobilísticos, por serem de alta energia, podem levar a sequelas permanentes. As principais são perda da função do membro, limitação do movimento, dor crônica, deformidades e rigidez articular.
Além de causar dor e sofrimento aos pacientes, os acidentes de trânsito também oneram os cofres públicos e sobrecarregam o Sistema Único de Saúde. O mais recente Relatório de Status Global em Segurança Viária da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que os acidentes de trânsito podem custar cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, cerca de 220 bilhões por ano.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) desenvolveu um estudo com o intuito de estimar os gastos com acidentes de trânsito no Brasil, o relatório aponta que a gravidade do acidente influencia na quantidade de dinheiro gasto, por exemplo, gastos hospitalares de um acidente com vítimas feridas levemente custaria cerca de R$ 8.500, enquanto um acidente com vítimas feridas gravemente custaria cerca de R$ 125.100 contando com componentes pré-hospitalares, hospitalares, pós-hospitalares, perda de produção e remoção.
Apesar dos dados divulgados pelo IPEA, o ortopedista, Fausto Fernandes, salienta que é muito difícil calcular qual seria o gasto exato do Hospital Frei Gabriel com os pacientes que sofreram acidentes de trânsito. “O que posso dizer é que estes casos são muito onerosos para o sistema público de saúde de modo geral. Além disso, os acidentes causam muita dor e sofrimento tanto para os envolvidos quanto para seus familiares. Portanto a principal estratégia é a prevenção e proteção. É importante que o motorista seja prudente, respeite as leis e os limites de velocidade, utilize os equipamentos de segurança como capacete e cinto de segurança”, finaliza o médico.